Foto: YAÇANA NEPONUCENAREPÓRTER |
Sendo
uma das principais riquezas minerais da região do Cariri, o calcário laminado
ou Pedra Cariri, como é comercialmente conhecida, atualmente é um dos
principais potenciais de desenvolvimento dos municípios de Santana do Cariri e
Nova Olinda, onde pode ser encontrado em abundância. A atividade de mineração
nas duas cidades é pujante. São mais de 50 jazidas da pedra, que é fonte de
subsistência de diversas famílias. Uma delas é a do artesão José Felipe
Ferreira, que há mais de 17 anos elabora peças de decoração, como
portarretratos, bandejas, esculturas abstratas e placas com dizeres populares,
imagens ou retratos de pessoas todos feitas com a pedra cariri. Além dos pequenos
objetos, ele ainda fabrica com o calcário laminado, móveis para residências e
escritórios.
Em sua oficina, no quintal da casa aonde mora, José Felipe chega a produzir, mensalmente, cerca
de 300 peças decorativas.
Foto: YAÇANA NEPONUCENAREPÓRTER
|
Toda a
habilidade de José Felipe foi desenvolvida ainda quando ele acompanhava a
rotina de trabalho do pai, que também é artesão. Ele percebeu que com a pedra
cariri existia uma grande possibilidade de geração de renda para a sua família.
Desde
que retornou do Estado de São Paulo, onde morava, José Felipe procurou notar a
arte nas placas de pedras que via com frequência pelas ruas de Nova Olinda,
cidade onde ele reside até hoje. Por meio da fabricação de mesas na oficina do
pai, o artesão observou que a pedra cariri poderia ser moldada de várias formas
como peças de marmoraria.
Após
criar uma demanda pelos objetos feitos em calcário laminado e surpreender os
consumidores com os modelos das peças, logo o artesão montou sua própria
oficina. Até então, ele trabalhava lapidando e reciclando o restante dos
resíduos da serragem da pedra na oficina do pai. Hoje, José Felipe é referência
na arte em pedra cariri. Sua oficina é constantemente frequentada por turistas
que visitam o Pontal de Santa Cruz, o Museu de Paleontologia, no Município de
Santana do Cariri, e a Fundação Casa Grande, em Nova Olinda. As peças
produzidas pelas mãos do artesão podem variar entre R$0,50 e R$150 e podem ser
encontradas também em um dos pontos turísticos mais visitados da região, o Museu
de Santana Paleontologia.
Hoje, José Felipe é referência na arte em pedra cariri. Sua
oficina é constantemente frequentada por turistas que visitam o Pontal da Santa
Cruz.
A busca pela perfeição e melhor qualidade tem
ampliado o mercado dos produtos desenvolvidos por José Felipe. A técnica
utilizada por ele na gravação de desenhos na pedra cariri foi repassada pelo
escultor Sérvulo Esmeraldo, um dos principais escultores em atividade no Brasil
e um dos artistas brasileiros de maior projeção internacional. Sérvulo é
cratense e mantém uma luta constante pela publicação da arte nordestina e pela
renovação artística do Ceará.
O procedimento consiste em o artesão desenhar
na pedra, isolar o desenho com fita adesiva, aplicar ácido muriático e recortar
as partes que o ácido vai penetrar. Depois as fitas são retiradas para que a
imagem seja pintada. O método de esculturas figurativas é pré-histórico e era
usado pelos povos Sambaquis, que retiravam o ácido das frutas para desenhar em
conchas.
Em sua oficina, no quintal da casa aonde mora,
José Felipe chega a produzir, mensalmente, cerca de 300 peças decorativas. Ele
dedica a maior parte do dia ao trabalho, que passou a ser dividido com a
família após o crescimento da demanda. A esposa, Graça de Sousa, e o filho, Rafael
Felipe, dão um toque final na arte do artesão. Inicialmente, ele recebeu
reconhecimento em exposições e feiras que acontecem periodicamente na região do
Cariri. Mas, sem recursos para pagar os alugueis dos stands nos eventos, ele
buscou outras alternativas, para expandir sua produção e atrair novos clientes.
José Felipe está utilizando a internet como ferramenta de divulgação. Agora,
ele mantém o blog artesanatomineral.blogspot.com
e participa de redes sociais, onde expõe suas peças e vende os trabalhos.
Possibilidade
Ele conta que, sem o auxílio da internet, seu
trabalho ficaria restrito aos limites da oficina. "Acho que as redes
sociais são o principal instrumento de divulgação do meu trabalho. Com essa
tecnologia eu posso desenvolver estratégias de marketing e atrair mais público.
Sem essa possibilidade, meu trabalho só seria visto pelos visitantes da
cidade". Apesar de não ter uma renda fixa, o artesão sente-se gratificado
por ter conseguido manter sua família com o dinheiro arrecadado com a venda do
artesanato. Segundo ele, grande parte das obras é feita por encomendas. Também
produz peças em grande escala, como troféus e brindes. Hoje, os retratos de
pessoas em pedra cariri são as peças de maior destaque.
Mais informações e Encomendas:
Artesanato
MineralMais informações e Encomendas:
Rua Dom Francisco -57
Bairro: Cruzeiro- Nova Olinda
Telefone: (88) 9213.1351 ou 9242.5813
Confira a matéria original Clicando Aqui!
Créditos e Fotos: Yaçana Neponucena
(Repórter do Diário do Nordeste - Regional)
Nenhum comentário:
Postar um comentário