Os principais equipamentos da
cidade de Assaré recebem o nome do poeta “Patativa”, afinal, o município gira
em torno dele.
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Fonte: blog.teatrodope.com.br |
Sob essa perspectiva, festejos e
reverências à sua memória são realizadas em comemoração ao seu aniversário de vida. Caso estivesse vivo
completaria hoje 102 anos.
Antônio
Gonçalves da Silva, conhecido por "Patativa", nasceu no dia 5 de
março de 1909 na Serra de Santana a 18 Km da cidade de Assaré. Foi um roceiro
que viveu exclusivamente da agricultura, numa casa simples, de taipa, chão
batido, como a maioria dos sertanejos da região.
Perdeu
a visão de um dos olhos quando tinha seis anos de idade; aos doze anos ingressou no universo escolar. A partir dalí, começou a escrever poesias e
textos pequenos; logo após, com 16 anos, ingressou na arte do repente chegando a apresentar-se
em pequenos shows festivos e em saraus da sua cidade, depois que ganhou da sua
mãe, Maria Pereira da Silva, uma linda viola.
O município
de Assaré sempre valorizou e faz questão de manter viva a memória e a importância desse poeta “PATATIVA
DO ASSARÉ”. Tanto que possui um Memorial com o seu nome (Memorial Patativa do
Assaré) e um museu (Museu do Poeta Agricultor), com os objetos agrícolas pertencentes
ao mesmo, casa onde o poeta nasceu. Seus
filhos e netos ainda residem no município.
No próprio
Memorial é possível identificar um resumo de como o poeta gostaria de ser visto
e eternizado:
“Conheço
que estou no fim
e sei que a terra me come,
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim.
Chegando o dia afinal
baixarei a sepultura
mas fica o Memorial
para quem preza a cultura.”
e sei que a terra me come,
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim.
Chegando o dia afinal
baixarei a sepultura
mas fica o Memorial
para quem preza a cultura.”
Aos
vinte anos recebeu a denominação de “Patativa”, pois havia muita semelhança
entre seu canto e o do pássaro Patativa, uma ave tipicamente nordestina que
possui características singulares. Desde então, passou a viajar pela região
cantando seus repentes e apresentando-se várias vezes na rádio Araripe,
localizada na cidade do Crato.
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Fonte: gerandoletras.blogspot.com |
Ele
divulgou a cidade de Assaré não só numa escala nacional, mas também no exterior.
Sua poesia revelou um talento
incomparável de um homem simples teve
como uma das suas maiores inspirações os
fenômenos da natureza, traduziu em versos aquilo que muitas vezes fica
impossível representar com palavras.
Seus poemas mais famosos:
·
Apelo
dum Agricultor
·
A
Triste Partida
·
Cante
Lá que eu Canto Cá
·
Coisas
do Rio de Janeiro
·
Meu
Protesto
·
Mote/Glosas
·
O
Poeta da Roça
·
Peixe
·
Se
Existe Inferno
·
Vaca
estrela e Boi Fubá
·
Você
se Lembra?
·
Vou
Vorá
Obras
do Autor:
·
Inspiração
Nordestina (1956);
·
Inspiração
Nordestina:
·
Cantos
do Patativa (1967);
·
Cante
Lá que Eu Canto Cá (1978);
·
Ispinho
e Fulô (1988);
·
Balceiro
– Patativa e Outros Poetas de Assaré (1991);
·
Cordéis
(1993);
·
Aqui
Tem Coisa (1994);
·
Biblioteca
de Cordel:
·
Patativa
do Assaré (2000);
·
Balceiro
2 – Patativa e Outros Poetas de Assaré (2001);
·
Ao
pé da mesa (2001).
O
poeta faleceu aos 93 anos, em 8 de julho de 2002 na cidade do Crato. No
entanto, sua memória continua viva e suas obras são estudada por professores, pesquisadores,
desfrutadas nas universidades e fora dela. Objeto de estudo de mestres e
doutores.
Resumindo: “Patativa do Assaré”
é o gênio da literatura cearense!
Créditos: Verinha Torres.
Aluna do Curso Técnico em Guia de Turismo (SENAC-Crato)
Vice-Diretora de Comunicação (Fórum Regional de Turismo e Cultura)
Fotos: Vide Legenda.
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