segunda-feira, 5 de março de 2012

Assaré Comemora Hoje 103 Anos de Vida do Poeta "Patativa do Assaré"


Os principais equipamentos da cidade de Assaré recebem o nome do poeta “Patativa”, afinal, o município gira em torno dele.
Fonte: blog.teatrodope.com.br

Sob essa perspectiva, festejos e reverências à sua memória são realizadas em comemoração ao  seu aniversário de vida. Caso estivesse vivo completaria hoje 102 anos.

Antônio Gonçalves da Silva, conhecido por "Patativa", nasceu no dia 5 de março de 1909 na Serra de Santana a 18 Km da cidade de Assaré. Foi um roceiro que viveu exclusivamente da agricultura, numa casa simples, de taipa, chão batido, como a maioria dos sertanejos da região.

Perdeu a visão de um dos olhos quando tinha seis anos de idade;  aos doze anos ingressou no universo escolar.  A partir dalí, começou a escrever poesias e textos pequenos; logo após, com 16 anos, ingressou  na arte do repente chegando a apresentar-se em pequenos shows festivos e em saraus da sua cidade, depois que ganhou da sua mãe, Maria Pereira da Silva, uma linda viola.

O município de Assaré sempre valorizou e faz questão de manter  viva a memória e a importância desse poeta “PATATIVA DO ASSARÉ”. Tanto que possui um Memorial com o seu nome (Memorial Patativa do Assaré) e um museu (Museu do Poeta Agricultor), com os objetos agrícolas pertencentes ao mesmo, casa onde o poeta nasceu.  Seus filhos e netos ainda residem no município.
No próprio Memorial é possível identificar um resumo de como o poeta gostaria de ser visto e eternizado:
“Conheço que estou no fim
e sei que a terra me come,
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim.
Chegando o dia afinal
baixarei a sepultura
mas fica o Memorial
para quem preza a cultura.”

Aos vinte anos recebeu a denominação de “Patativa”, pois havia muita semelhança entre seu canto e o do pássaro Patativa, uma ave tipicamente nordestina que possui características singulares. Desde então, passou a viajar pela região cantando seus repentes e apresentando-se várias vezes na rádio Araripe, localizada na cidade do Crato.

Fonte: gerandoletras.blogspot.com
Ele divulgou a cidade de Assaré não só numa escala nacional, mas também no exterior.  Sua poesia revelou um talento incomparável  de um homem simples teve como uma das suas maiores inspirações  os fenômenos da natureza, traduziu em versos aquilo que muitas vezes fica impossível representar com palavras.

Seus poemas mais famosos:
·        Apelo dum Agricultor
·        A Triste Partida
·        Cante Lá que eu Canto Cá
·        Coisas do Rio de Janeiro
·        Meu Protesto
·        Mote/Glosas
·        O Poeta da Roça
·        Peixe
·        Se Existe Inferno
·        Vaca estrela e Boi Fubá
·        Você se Lembra?
·        Vou Vorá

Obras do Autor:
·        Inspiração Nordestina (1956);
·        Inspiração Nordestina:
·        Cantos do Patativa (1967);
·        Cante Lá que Eu Canto Cá (1978);
·        Ispinho e Fulô (1988);
·        Balceiro – Patativa e Outros Poetas de Assaré (1991);
·        Cordéis (1993);
·        Aqui Tem Coisa (1994);
·        Biblioteca de Cordel:
·        Patativa do Assaré (2000);
·        Balceiro 2 – Patativa e Outros Poetas de Assaré (2001);
·        Ao pé da mesa (2001).


O poeta faleceu aos 93 anos, em 8 de julho de 2002 na cidade do Crato. No entanto, sua memória continua viva e suas obras são estudada por professores, pesquisadores, desfrutadas nas universidades e fora dela. Objeto de estudo de mestres e doutores.

Resumindo: “Patativa do Assaré” é o gênio da literatura cearense!




Créditos: Verinha Torres.
Aluna do Curso Técnico em Guia de Turismo (SENAC-Crato)
Vice-Diretora de Comunicação (Fórum Regional de Turismo e Cultura) 
Fotos: Vide Legenda.

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